terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

INVESTIGAÇÃO/DIABETES tipo 2 - fármaco em estudo melhora controlo glicémico sem causar hipoglicemia

Um novo tratamento contra a diabetes tipo 2 melhora o controlo do açúcar no sangue com um risco menor de hipoglicemia do que os medicamentos actuais. É o que revela o estudo de investigadores da Universidade de Michigan, nos EUA.

O fármaco, conhecido como TAK-875, ajuda os diabéticos a libertar ma...is insulina e melhorar o controlo dos níveis de glicose no sangue.

A diabetes tipo 2 é a forma mais comum da doença e atinge um total de 90% dos 150 milhões de pessoas nos EUA que vivem actualmente com este problema. É causada principalmente pela falta de resposta à insulina, o que leva a altos níveis de açúcar no sangue e a uma série de problemas crónicos.

O receptor 1 de ácido gordo livre (FFAR1), também conhecido como GPR40, desempenha um papel vital na estimulação e regulamentação da produção de insulina.

Ele funciona através do aumento da libertação de insulina a partir de células beta no pâncreas quando os níveis de glicose e ácidos gordos aumentam no sangue, tal como após uma refeição, o que resulta numa diminuição dos níveis de glicose no sangue.

Fármacos que activam o receptor FFAR1 têm o potencial para ajudar diabéticos a libertar mais insulina e melhorar o controlo dos níveis de glicose no sangue.

TAK-875 é um novo agente oral concebido para melhorar a secreção de insulina de uma forma dependente da glicose, o que significa que ele não causa nenhum efeito sobre a secreção de insulina quando os níveis de glicose são normais, e assim, tem o potencial para melhorar o controlo do nível de açúcar no sangue sem aumentar o risco de hipoglicemia.

Para a pesquisa, Charles Burant e os seus colegas recrutaram aleatoriamente 426 pacientes com diabetes tipo 2 que não estavam a conseguir controlar a glicose através do tratamento adequado com dieta, exercícios ou metformina.

Cada participante recebeu uma de cinco doses de TAK-875, um placebo ou glimepirida, um tratamento convencional da diabetes. O resultado primário foi uma mudança na hemogloblina A1c já no início do estudo.

Ao fim de 12 semanas, todas as doses de TAK-875 resultaram em reduções significativas na HbA1c em comparação com placebo. Uma redução semelhante ocorreu em pacientes que receberam glimepirida.

TAK-875 foi geralmente bem tolerado. A incidência de hipoglicemia foi significativamente menor para todas as doses de TAK-875 em comparação com a glimepirida (2% em comparação com 19%), e foi semelhante ao placebo, que foi de 2%.

A incidência global de efeitos secundários relacionados com o tratamento foi semelhante para os grupos tratados com o novo medicamento e os grupos tratados com placebo, mas foi mais elevada no grupo glimepirida, devido ao risco aumentado de hipoglicemia.

"Estamos entusiasmados com o potencial do TAK-875 e estamos ansiosos para realizar testes mais amplos para descobrir como este fármaco funciona e o seu nível de segurança", concluem os investigadores.

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