domingo, 19 de fevereiro de 2012

Sobre as cerimónias das últimas horas associadas com a elevação ao Cardinalato de D. Manuel Monteiro de Castro e de outros 21 Cardeais da Santa Igreja, e dado que a imagem que colho pertence ao Jornal de Notícias, um dos jornais com mais difusão em Portugal, gostaria de dizer duas ou três coisas sobre a dimensão mediática de um evento como este que acaba de se viver em Roma. Antes de mais, quero felicitar as Jornalistas do JN que foram enviadas a Roma, pessoas que não conheço pessoalmente, mas que me deixaram com uma impressão positiva ao verificar, nomeadamente através da versão online do jornal, que as reportagens enviadas a partir de Roma, breves e sucintas, me pareceram sempre equilibradas e pertinentes, e também respeitosas. Neste ponto, nada de maior a criticar no que se refere ao bom trabalho realizado pelas duas Jornalistas do JN a Roma enviadas (presumo) em serviço. Outra coisa foi verificar o baixíssimo nível de muitos dos comentadores no mesmo jornal: na grande maioria dos casos, absolutamente patético! E com isto, sem querer agora desenvolver o tema, aproveito para fazer um apelo aos jornais de maior divulgação em Portugal com versões online que, por uma vez, introduzam uma forma sensata e produtiva de moderação. E digo-o, pelo seguinte: o online tem cada vez mais peso na percepção do facto jornalístico e, por isso, para além do cuidado devido com a formulação das notícias em si, é imperativo impedir que comentários abaixo de qualquer nível de presentabilidade sejam, simplesmente, eliminados. Em alguns casos, penso que algo mais deveria também ser feito. Eu bem sei que tomar conhecimento do estado mental e espiritual das pessoas, mesmo nas suas formas mais abstrusamente patéticas, não deixa de ser "interessante" se atendermos ao lado puramente “antropológico” da questão. Contudo, acho irresponsável que grandes jornais em Portugal deixem a público intervenções escritas que, sob a capa do anonimato, não fazem mais do que demonstrar estados de coisas perfeitamente patológicos e, por isso, com um perigoso potencial anti-social. Dar a impressão de que tudo o que mexe na Igreja pode ser atacado, a torto e a direito, é um péssimo serviço à sociedade. Posto isto, e com a máxima brevidade, faço um último ponto, este relativo ao modo como alguns jornais, neste caso de Lisboa, falsificaram de modo absurdo e deontologicamente indigno as palavras ditas pelo agora Cardeal Monteiro de Castro numa das suas entrevistas, nomeadamente naquela em que se referiu ao papel da mulher na sociedade. A expressão pode não ter sido a ideal, mas o pensamento, manifestamente, era e é inatacável. Nesse sentido, protesto contra o facto de Jornais Portugueses se continuarem a prestar a tácticas que considero falhas de decoro jornalístico no que se refere à objectividade, ao pressuposto da boa intenção e, sobretudo, à falta de honestidade intelectual no momento de dar a conhecer a terceiros o que, possivelmente, se ouviu em primeira mão. Mais uma vez, o espaço mediático português ficou "cheio" de nada quando havia tanto para dizer. Mas claro, dado que não comunica quem quer, mas apenas quem pode, temos de nos dar por satisfeitos com o facto de, desta vez, pelo menos, o Jornal de Notícias, do Porto, se ter dado ao trabalho de fazer um trabalho minimamente à altura dos acontecimentos. Quando aos outros, francamente, a nota que lhes daria se fosse caso para isso haveria de deixar ainda muito a desejar. E pergunto: Até quando? Seja como for, aproveito para dizer que, logo que volte a ter oportunidade para o fazer não deixarei de com toda a simplicidade manifestar a D. Manuel Monteiro de Castro, o mais "jovem" Cardeal Português, o carinho que julgo ele merece a todas as pessoas que por aqui passam e, para além delas, a essa ainda grande "maioria silenciosa" que, em Portugal, quer e procura o Bem.JJVC

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