quinta-feira, 12 de abril de 2012
"Vocês, que se erguem agora das nuvens do corpo materno, que ainda guardam os olhos fechados de um sono profundo de anjos, que se mantêm ilesos, trazem inscrita a inocência das estrelas. Vocês, que podem começar o mundo pela primeira linha, que ainda falam o hebreu antigo e dourado, que guardam as asas dentro do corpo materno, trazem as novas flores do mundo que esquecemos. Vocês, tão iguais, tão únicos, que respiram ainda da água dúctil materna no ar onde agora vivem, que inauguram um sangue incriado, inclinam-se sobre os pássaros assustados das vossas almas recém-formadas, bebem a luz do leite, deitam-se na via láctea das mãos maternas, coabitam com os luminescentes órgãos paternos, são parte da nossa carne. Vocês, que agora chegaram, falem-nos de onde vieram, das ilhas grandiosas do corpo visto por dentro: o que é a alma? E onde está? A vocês, que ainda próximos dos anjos respiram, que trazem os olhos como diamantes, e as mãos como promessas, e os lábios como satélites, todo o mundo."
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