sexta-feira, 23 de março de 2012

GESTÃO DO STRESS CAUSA MUDANÇAS FISIOLÓGICAS EM MULHERES COM CANCRO DA MAMA

Investigadores da Universidade de Miami, nos EUA, descobriram que a gestão do stress em mulheres com cancro da mama pode alterar os processos que promovem a progressão do tumor em níveis moleculares.

A investigação descrita na revista Biological Psychiatry revela que a terapia cognitivo-comportamental projectada para mu...lheres com a doença afecta a forma como genes nas células do sistema imune são ligados e desligados, de modo que pode facilitar a recuperação durante o tratamento.

"As mulheres que participaram da intervenção apresentaram melhor adaptação psicológica a todo o processo do tratamento para o cancro da mama e mostraram mudanças fisiológicas que indicavam que elas estavam recuperando melhor", observa o líder da pesquisa Michael H. Antoni.

Segundo os investigadores, os resultados sugerem que a terapia reduz a influência do stress no tratamento e promove uma recuperação ao longo do primeiro ano.

Pesquisas anteriores já tinham mostrado que em momentos de adversidade, os sistemas nervoso e endócrino enviam sinais ao sistema imunológico. Em resposta, o corpo activa genes específicos no interior das células do sistema imunológico, chamadas glóbulos brancos ou leucócitos.

Nas mulheres que participaram dos grupos de intervenção, os genes que sinalizam a produção de moléculas associadas a uma resposta imune saudável, tais como interferon, mostravam que elas estavam a produzir mais destas substâncias, em comparação aos níveis observados no grupo de controlo. "Ao mesmo tempo, os genes responsáveis pela produção de substâncias envolvidas na progressão do cancro, tais como citocinas pró-inflamatórias, quimiocinas e metaloproteinases matriciais foi reduzida", destaca Antoni.

A terapia consiste num programa de 10 semanas que combina imagens de relaxamento e respiração profunda, juntamente com a terapia comportamental cognitiva, que é projectada para ajudar os pacientes a reduzir a tensão corporal, mudar a forma como eles lidam com pensamentos intrusivos de stress, diminuir humores negativos e melhorar suas habilidades de comunicação interpessoal.

No estudo, 79 mulheres submetidas a tratamento primário para o cancro da mama foram aleatoriamente separadas para um programa de terapia ou um grupo de controle psicoeducacional nas semanas após a cirurgia.

A equipa de pesquisa pretende seguir as mulheres da pesquisa por um período maior para avaliar os efeitos da intervenção sobre a expressão génica de leucócitos a longo prazo.JN

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