quinta-feira, 15 de março de 2012

TRATAMENTO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL

É conveniente controlar o stress emocional, o peso, as alterações do metabolismo lipídico, os níveis de glicemia, estabelecer um plano de exercício e alimentar, suspender o hábito de fumar e adoptar uma dieta com pouco sal, já que o volume de líquido extracelular depende em grande parte do seu conteúdo em sódio; deve ingerir-se menos de 5 gramas de sal diário ou menos de 2 gramas de sódio. Não existe plano alimentar assódico, já que devem ser cobertas , no mínimo, as perdas extra-renais, que são de aproximadamente 200 mg/dia.
A dieta alimentar e o exercício são fundamentais.

Pode ser necessário tratamento farmacológico, cujo objectivo é diminuir o volume extracelular e a resistência vascular periférica.
São utilizados diuréticos pela sua capacidade de inibir a reabsorção renal de água e electrólitos e secundariamente por diminuirem o conteúdo iónico da musculatura lisa da parede arterial.
Os beta -bloqueantes diminuem o débito cardíaco e o seu consumo de oxigénio, reduzindo a resistência periférica ao inibirem a secrecção de renina e ao diminuirem a secrecção de catecolaminas.
Os inibidores do enzima de conversão da angiotensina(IECA) e os antagonistas dos receptores da angiotensina II(ARA II) são eficazes quando o sistema renina-angiotensina está activado, mas também são eficazes na hipertensão primária.
Os antagonistas dos canais de cálcio (ACC) e os vasodilatadores diminuem a resistência vascular periférica, e estes últimos são utilizados com os beta-bloquentes para reduzirem a taquicardia reflexa.

O doente deve conhecer a sua pressão arterial e saber que a hipertensão é um factor de risco vascular que condiciona uma menor longevidade.
Também deve saber que a hipertensão raramente apresenta sintomas e que, quando estes aparecem, quase sempre estão relacionados a uma complicação.
A toma dos medicamentos nas doses indicadas deve ser bem controlada.
A falta de colaboração do doente em seguir o tratamento e o fracasso do seu controlo periódico depende em grande parte da relação médico-doente.
A causa de morbilidade e mortalidade nos doentes hipertensos é a má adesão ao tratamento.
Assim, deve esclarecer-se o doente acerca da importância da visita ao seu médico de confiança ou ao cardiologista para seguimento do tratamento.

Recomenda-se avaliar a gravidade dos valores da pressão arterial , a repercussão sistémica da hipertensão e a presença de factores de risco associados de cada doente para decidir o tipo de tratamento a ser realizado.

A hipertensão grave ou associada a uma doença cardiovascular evidente, à insuficiência renal ou a uma retinopatia hipertensiva requer tratamento farmacológico imediato.
Nos casos de acidente vascular cerebral, aneurisma aórtico ou outra complicação grave de hipertensão será necessário internamento imediato.
Nos restantes doentes é conveniente a consulta médica duas ou três vezes(com intervalos de uma a quatro semanas) antes da decisão do tratamento.
Ao longo do tempo de tratamento efectivo vão-se ajustando os fármacos e doses adequadas.

A falta de eficácia do tratamento costuma ser devida a:
- medicação em dose insuficiente
- ingestão excessiva de cloreto de sódio
- aumento de peso
- uso concomitante de contraceptivos hormonais
- tratamento simultâneo com glicocorticóides
- administração de simpaticomiméticos
- existência de hipertensão secundária não diagnosticada
- desenvolvimento de estenose ateromatosa da artéria renal
- baixa adesão ou abandono do tratamento pelo doente, que podem ser causados pela falta de um relacionamento adequado com o médico, pelas reacções adversas da medicação, pelo número elevado de medicamentos prescritos, por ignorância pelos riscos da hipertensão, por condição socioeconómica baixa, mudança de médicos nas visitas ambulatórias, entre outros.JN

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